A secretária municipal da saúde, Cristiane Haffermann Wille, participou da audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul na terça-feira (19/05), para relatar as atividades da pasta no primeiro quadrimestre de 2015. A secretaria apresentou dados de atendimentos e respondeu questionamentos dos vereadores.
Segundo Cristiane, o número de consultas médicas em atenção básica nos primeiros quatro meses deste ano apresentou um crescimento de 2,8% em comparação a 2014, passando de 36.038 atendimentos para 37.042. O número de consultas pré-natais subiu de 2.955 para 3.185, registrando um crescimento de 7,8% nos atendimentos. A secretária também comentou dados de atendimentos odontológicos no município e destacou a queda de participações nas ações coletivas de escovação dental supervisionada. Em 2014 foram 22.373 participantes, este ano o número caiu para 14.788, 44% a menos. “Fizemos um remanejamento interno e a pessoa que trabalhava nessa atividade acabou assumindo a supervisão da divisão odontológica”, explica. “Estamos providenciando para que a iniciativa volte a funcionar normalmente”, garante.
A quantidade de atendimentos médicos realizadas pelo Serviço de Atenção Domiciliar, SAD, segundo Wille, foi de 538. Além disso, a iniciativa também registrou em 2015, os atendimentos a domicílios realizados por nutricionistas, 4, psicólogos, 301, assistentes sociais, 37, enfermeiros, 356, fisioterapeutas, 736 e técnicos de enfermagem, 1132. Os atendimentos realizados nas farmácias básicas foram de 31.250 na unidade 1 e 28.670 na unidade 2. 11.639 pessoas receberam atendimento no PAMA 1 e 7.243 no PAMA 2.
A Gerência de Saúde do Trabalhador registrou 556 cadastramentos REGIN, 287 cadastramentos estabelecimento MEI, 77 inspeções sanitárias nas indústrias, 177 inspeções sanitárias no comércio, 380 inspeções sanitárias em prestadores de serviço. Nenhuma notificação de óbito relacionado ao trabalho foi emitida no primeiro quadrimestre deste ano. A secretária municipal da saúde, Cristiane Haffermann Wille, apresentou ainda números do programa municipal de controle de DST/Aids, programa municipal de controle da hanseníase, programa municipal de controle da tuberculose e programa de controle de zoonoses.
As receitas e despesas da secretaria de saúde também foram tema da fala de Cristiane. Segundo ela, no bloco da atenção básica, por exemplo, as despesas reais no quadrimestre somam 3.061.848,66 com recursos federais e 16.267,30 com recursos estaduais. O bloco da vigilância em saúde apresentou nos primeiros quatro meses do ano, despesas reais de 48.328,17 de recursos federais e 4,98 de recursos estaduais.
O vereador Jair Pedri questionou a quantidade de clinicas de fisioterapia e médicos angiologista que atendem no município. Ele também indagou a situação das visitas realizadas pelo Serviço de Atenção Domiciliar. “Os curativos estão sendo feitos no posto de saúde ou continuam acontecendo em casa?”, pergunta. Jair Pedri destacou ainda o número de projetos aprovados pela vigilância sanitária. De 170 analises apenas 77 projetos foram aprovados. “Os nossos profissionais técnicos são ruins ou será q a vigilância está muito exigente?”, cobra.
A secretária explica que Clínica Ser foi a única clinica que acabou aderindo ao edital. Segundo ela, a secretaria de saúde insistiu para que várias clínicas se credenciarem, porém não houve interesse. Cristiane conta que um movimento nacional dos profissionais de fisioterapia está exigindo alguns direitos e isso irá inviabilizar atendimentos aos planos de saúde e também do SUS. “Hoje a Ser é a única que nos atende, mas temos a fila regulada e estamos analisando o mercado para descobrir como organizar a situação”, afirma. Cristiane Haffermann Wille conta que muitos concursos foram abertos para preencher a vaga de angiologista do município, mas os interessados acabaram não vindo e outros que se inscreveram não tinham a qualificação profissional exigida. Ela garante que aguarda uma contratação através do recursos humanos da prefeitura. “Estamos contornando a situação com os atendimentos da atenção básica”, declara. “Casos com indícios claros de necessidade da cirurgia são encaminhados diretamente para a fila”, explica. Sobre os curativos, a secretaria garante que aqueles impossibilitados de chegarem a um posto de saúde, recebem atendimento domiciliar do Sad.
A presidente da Casa, Natália Lúcia Petry, quis saber do programa de castração em massa, responsabilidade do programa de zoonoses. “Estamos fazendo uma análise, não sabemos bem como lidaremos com a situação”, revela. “Uma das possibilidades conversadas com o prefeito é que esse serviço fosse abraçado pelo Fujama”, emenda.
O vereador Ademar Winter demonstrou insatisfação com as vistorias realizadas pela vigilância sanitária aos sábados e domingos em estabelecimentos como padarias, lanchonetes e churrascarias. “Sou contra estas intervenções aos finais de semana”, declarou. Conforme a secretaria, essas inspeções de noite e final de semana sempre ocorreram e não são novidade. “Fizemos muitas ações a pedido do ministério público inclusive em horários que não são habituais em nossa secretaria”, explica.
João Fiamoncini também questionou o posicionamento da vigilância sanitária sobre as exigências para que o comércio de uma cidadã que o procurou fosse aberto. Segundo ele, a vigilância exigiu dois banheiros no local, mas em 2010 a munícipe abriu um estabelecimento no mesmo local e só exigiram um banheiro. “O serviço prestado é de hora marcada, não terá acumulo de pessoas, então gostaria que fosse revisto”, solicitou. Ele registrou ainda uma queixa à vigilância por conta de um oficio enviado no dia 31 de março de 2015 que até hoje não teve nenhuma resposta. O assunto do oficio versa sobre um loteamento em que a vigilância sanitária em parceria com o Samae instalou uma fossa com o acordo de que a cada 6 meses seria feito manutenção, mas isso nunca aconteceu.
A secretária municipal da saúde, Cristiane Haffermann Wille, afirmou que terá que verificar o que ocorreu para responder com propriedade. “Tem muito trabalho na vigilância. Estamos inclusive contratando mais fiscais”, afirma. A secretária retorna à Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul no próximo dia 28, quinta-feira, para prestar mais esclarecimentos durante uma nova audiência pública.
