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Dia da Consciência Negra é celebrado no legislativo

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Dia da Consciência Negra (1)Nessa quinta-feira (19/11), a Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul realizou sessão em homenagem ao dia Nacional da Consciência Negra. A data 20 de novembro foi escolhida por coincidir com o dia da morte de “Zumbi dos Palmares”, em 1695. Sendo assim, o Dia da Consciência Negra procura remeter à resistência do negro contra a escravidão, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro em 1549.

Algumas entidades como o Movimento Negro – o maior do gênero no país – organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente às crianças negras. A instituição procura evitar o desenvolvimento do auto preconceito, da inferiorização perante a sociedade.

A presidente do Legislativo jaraguaense, Natália Lúcia Petry, parabenizou todos os envolvidos no movimento da Consciência Negra, pelo trabalho desenvolvido em prol da valorização da raça negra. “A cultura afro é muito rica em todos os sentidos. O continente africano é formado por dezenas de povos com diferentes religões, costumes, idiomas, mas que se encontraram aqui no Brasil, criando um universo cultural que talvez não se encontre em qualquer outro país”, ressaltou. Disse ainda que As palestras, exposições de arte, fóruns e os eventos que são novidades para a maioria das pessoas, como a “oficina de turbantes”, são fundamentais para a manutenção e fortalecimentos das suas raízes. “Nos resta agradecer, a oportunidade de podermos compartilhar de toda essa riqueza cultural e parabeniza-los pelos belíssimos eventos promovidos na Semana da Consciência Negra”, notabilizou.

Na sessão, a capoeira foi a arte homenageada, pois é a manifestação cultura afro descendente e se confunde com a história do Brasil. Para marcar o ato os mestres

Luis Fernando Olegar, presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR), que falou em nome dos homenageados, agradeceu a Câmara pelo momento de poder celebrar as raízes e mostrar a cultura afro descente por mais de 13 anos. “Devemos cada vez mais juntarmos forças para fortalecer esta cultura. Uma vez me perguntaram porque somente os negros. Ao refletir, entendi que no movimento negro é preciso trabalhar pelo multiculturalismo, pela diversidade e pelo desenvolvimento de todas as pessoas”, enfatizou.

Para ele, a ideia da igualdade racial é fazer com que cada pessoa tenha a liberdade de ser como quiser e a identidade que achar melhor.  “Todo ser humano é único e deve ser respeitado desta forma. Este é um dos trabalho que também é desenvolvido pelo Compir”, comentou.  Ao finalizar disse que a capoeira é um patrimônio imaterial da humanidade. É a expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular e música e merece este reconhecimento.

O presidente do Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu (Moconevi), Francisco Alves, falou que “a Câmara de Vereadores sempre esteve ao lado do Moconevi, resgatando a arte da capoeira, cultura que desde o tempo de escravidão é praticada nas senzalas”. Ele agradeceu o legislativo por realizar esta homenagem “que demonstra que vivemos em uma cidade com grande diversidade cultura e que cada uma deve ser valorizada”.

Everaldo Correa, presidente da Comunidade Negra de Jaraguá do Sul (Coneja) proferiu que a realização deste momento é uma luta de muitos anos. “Estar aqui na Casa de Leis recebendo homenagem é a prova de que meus filhos e meus netos terão uma vida melhor”, comemorou.

Representando o prefeito Dieter Janssen, o secretário da Educação de Jaraguá do Sul, Elson Quil Cardozo, afirmou que “é uma justa homenagem a todos, pois a capoeira é acima de tudo, um trabalho social”. Disse que a bandeira nacional traz a frase Ordem e Progresso, poré, só há progresso porque esta raça auxilia muito no desenvolvimento deste país. Lembrou de sua participação no lançamento do Fórum Itinerante da diversidade de religiões africanas, onde foi falado sobre o preconceito que a pessoa negra sobre no Brasil. “Foram elencados quatro tipos de preconceitos que o negro sofre. E como representante da educação em Jaraguá do Sul temos como objetivo acabar com estes quatro preconceitos nas escolas. Queremos que de fato a iguadade racial seja apliada, pois o povo brasileiro é uma mistura de raças”, discorreu. Ao encerrar a sessão, a presidente expalnou que “É dia de dar as mãos e numa imensa oração pedir a união de todas as raças, em todas as partes do mundo. Negros, Brancos, Amarelos, Índios, Asiáticos. Todos Iguais numa corrente de solidariedade e energia,
vencendo a barreira dos preconceitos e das fronteiras. Um dia para movimento em favor da paz! Da Verdade! Da amizade! Da igualdade!”.

 

HOMENAGEADOS

DIEGO MARCOLLA iniciou na Capoeira em 1997, aos 14 anos de idade. Em 1999, aos 16 anos, foi convidado a ensinar capoeira as crianças carentes no bairro Jaraguá 84 e desde então não parou mais. Concluiu o curso de Educação Física pela FURB e o curso de Capoeira do Grupo Porto da Barra de São Paulo. Em 2004 fundou no município a Shekinah Capoeira, um grupo com princípios cristãos no qual é o atual presidente. Fez pós-graduação em Gestão de negócios pela PUC do Paraná buscando tornar a Shekinah Capoeira um grupo de excelência.

JEFERSON BATISTA RAMOS, conhecido na capoeira como Professor Milico, iniciou na área em 1995 no extinto grupo Caravelas Negra. Em 1999 ingressou no Grupo Muzenza de capoeira, fundado em 1972. Seu trabalho está focado na cidade de Jaraguá do Sul em escolas da rede pública e particular de ensino, associações e academias. Participou também de vários campeonatos mundiais, conquistando boas colocações que hoje o torna o quinto no ranking brasileiro na sua categoria.

JUVENAL ADRIANO JUNIOR, conhecido como instrutor Porquinho, iniciou na capoeira em 1996. Em Jaraguá do Sul começou seu trabalho social no ano de 2000. Ministra aulas em escolas particulares, em projetos culturais, programas de incentivo à cultura, escolas públicas, educação integral, abrigo e Parque Malwee. Possui dois espaços, onde ministra aulas gratuitamente aos alunos. Mantém a Roda de capoeira na Praça Ângelo Piazera, que acontece todo terceiro sábado do mês. Realizou várias campanhas de conscientização de reflorestamento preservação da água, alimentação saudável, contra as drogas e preservação da natureza.