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TODO O ORGULHO PELA RAÇA NEGRA NA HOMENAGEM AO MOCONEVI

[b]Francisco Alves não esconde que o fato de fazer história como o primeiro vereador negro da cidade é motivo de grande orgulho[/b]

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“Posso dizer sem medo que tenho o maior orgulho de ser o primeiro vereador negro da história de Jaraguá do Sul, município que neste ano completou 133 anos de fundação”. Estas foram as palavras emocionadas com que o vereador e líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, Francisco Valdecir Alves, manifestou todo o seu orgulho pela sua condição e pela oportunidade de ser o autor do pedido para que a Câmara realizasse uma sessão para marcar a passagem do Dia Nacional da Consciência Negra.
Inicialmente agendada para o dia 19 de novembro, a homenagem precisou ser transferida em função do temporal que caiu em Jaraguá do Sul naquele dia, e acabou sendo realizada na última terça-feira, dia 24 de novembro. Por sugestão do Movimento da Consciência Negra do Vale do Itapocu, o Moconevi, grupo coordenado interinamente pela professora aposentada Marlene Rosa dos Santos, cinco pessoas que ajudaram a escrever a história do movimento ou de alguma forma estão ligadas a ele receberam placas de reconhecimento e flores. São elas: Leone Silva, Iracema Pinheiro, Rita de Cássia Martins, Jorge de Souza e José Aparecido Félix.
Francisco lamentou em seu discurso o fato de ainda vivermos em um País preconceituoso. Mas também demonstrou otimismo com as mudanças ocorridas, como a decisão do governo federal em instituir no currículo escolar do ensino fundamental disciplinas de história sobre a africanidade e sobre os indígenas.
Destacou a presença recente da representante da Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Sandra Cabral, que esteve em Jaraguá do Sul para divulgar a importância de as escolas se prepararem para esta mudança no currículo, que deve inserir os seguintes temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
“Com a implementação dessa lei, o governo brasileiro espera contribuir para o resgate da contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do País”, reforçou.
A coordenadora interina do Moconevi, Marlene Rosa dos Santos, destacou sua satisfação em voltar à tribuna da Câmara em tão pouco tempo – em 15 de outubro ela foi uma das professoras homenageadas, desta vez pelo vereador Jaime Negherbon (PMDB), de quem foi professora nos primeiros anos de escola.
“Vim com orgulho e satisfação para socializar um pouco mais da vida de Zumbi dos Palmares. Se mantém mais vivo que antes o sonho de Zumbi, um dos primeiros heróis negros a se revoltarem com a escravidão imposta aos filhos da mãe África, submetidos a condições de tratamentos desumanos, caçados como animais em sua terra e forçados a começar uma travessia nos horrendos navios negreiros para serem vendidos como escravos”.
“Zumbi representa a resistência contra o escravismo e luta pela liberdade. Foi morto em uma emboscada e hoje os movimentos continuam na luta pela verdadeira história, a conquistar o progresso por uma sociedade mais democrática”, enfatizou a professora aposentada, mas mais do que nunca ativa na tentativa de que a erva daninha do preconceito seja estirpada da sociedade jaraguaense.
A solenidade teve ainda dois momentos especiais – o aluno da Escola Max Schubert, Gabriel Caglioni, leu uma poesia afro, na língua nagô, que fala do medo da guerra, e depois leu a tradução da mesma. Igualmente artística foi a apresentação da homenageada Rita de Cássia, que soltou a voz em uma bela canção popular.
Nas fotos, o vereador Francisco com o presidente da Fundação Cultura, Jorge de Souza, e o presidente da Câmara, Jean Leutprecht. E um momento de união entre vereadores, homenageados e o aluno-poeta.