Os 78 anos de emancipação político-administrativa de Jaraguá do Sul foram marcados com uma distinta homenagem aos primeiros funcionários da Prefeitura. A sessão solene realizada pela Câmara de Vereadores na noite de ontem, 27, foi marcada por momentos de muita emoção.

Representados por seus familiares, os homenageados da noite foram os ex-funcionários Alfredo Moser, Guilherme Häring, Alexandre Köehler, França Vosgerau, João Batista Rudolf, Frederico Engelmann e Emílio da Silva. Todos contratados entre os anos de 1934 e 1936. Memória viva da história do município, o ex-funcionário do Fórum Amadeus Mahfud também recebeu a distinção.

Autora da lei que instituiu a homenagem, a vereadora Natália Lúcia Petry agradeceu a oportunidade de poder prestar este reconhecimento e parabenizou todos os cidadãos jaraguaenses em nome dos homenageados.

“Como falar em emancipação política do nosso município sem mencionar a importante participação dos primeiros funcionários do Poder Executivo neste processo? Nenhum prefeito até hoje na história dos municípios governou ou governa sozinho”, discursou a vereadora.

Neto do sr Amadeus Mahfud, Cristiano Mahfud Watsko fez o pronunciamento em nome dos homenageados. Emocionado, disse sentir-se honrado em poder participar deste momento. Em nome de seu avô, agradeceu aos vereadores “pela tão gentil homenagem” e a todos que compareceram à sessão solene. Ele também pediu desculpas pela ausência do avô, por motivo de doença, que entregou por escrito ao presidente Ademar Winter.

Breve histórico dos homenageados

Alfredo Moser nasceu em Jaraguá do Sul, casou se com Leana Fidler com quem teve 4 filhos. Alfredo Moser foi contratado em 1934 para a função de contador da Prefeitura de Jaraguá do Sul, na qual permaneceu até 1945.

Representante na sessão: Altamiro Moser, filho.

Guilherme Häring era jaraguaense descendente de Alemães. Teve 3 filhos. Foi contratado pela Prefeitura em 1934 para exercer a função de fiscal e permaneceu até 1963.

Representante: Wilson Pinter, neto.

João Batista Rudolf nasceu na cidade de Brusque, casou se com Kätle Pufcheit com quem teve 4 filhos. Foi contratado em 1935 para executar a função de fiscal geral da Prefeitura, na qual permaneceu até 1963.

Representante: Maria Matilde Gremm Rudolf, nora.

Frederico Engelmann nasceu na Alemanha e veio com 14 anos para o Brasil. Teve 13 filhos. Em 1936 foi contratado para trabalhar na Prefeitura de Jaraguá do Sul exercendo a função de fiscal. Ele contava aos netos que no início fazia o trabalho de fiscal a cavalo e mais tarde passou a utilizar como meio de locomoção uma motocicleta. Também foi um dos fundadores do cemitério de Três Rios do Norte.

Representante: Reinvaldo  Engelmann, neto.

França Vosgerau nasceu em Curitiba. Veio para Corupá em 1922 como fiscal federal.  Foi funcionário da Prefeitura de Jaraguá do Sul de 1934 a 1966, exercendo a função de tesoureiro.

Representante: Marlene Wosgerau  Schüzen, filha.

Alexandre Köehler, jaraguaense, descendente de alemães, casado com a Ermínia Murara Köelher com quem teve 6 filhos. Ele foi contratado pela Prefeitura para a função de guarda municipal nos anos de 1934 a 1963.

Representante: Osmar Barg Koëhler, neto.

Emílio da Silva nasceu em Jaraguá, teve 6 filhos. Em 1938, foi nomeado para o cargo de fiscal de Viação e Obras Públicas. Emílio da Silva também foi professor, Inspetor Escolar Municipal e, na eleição distrital de Jaraguá, foi eleito vereador.

Depois de aposentado passou a escrever suas memórias, registrando principalmente os fatos relevantes que marcaram a evolução histórica, política, econômica e cultural de Jaraguá do Sul e do Vale do Itapocu. Também lançou seu livro de histórias: Jaraguá do Sul, um capítulo na povoação do Vale do Itapocu.

O nome de Emílio da Silva foi sugerido e aprovado para patrono do museu histórico de Jaraguá do Sul.

Representante: Edgar Cardoso da Silva, neto.

Amadeus Mahfud é jaraguaense, casado com Alay da Silva Mahfud, com quem teve uma filha que lhe deu dois netos. Em 1946 foi trabalhar no Fórum da comarca, permanecendo com várias funções até sua aposentadoria, em outubro de 1991. Amadeus, um homem conhecedor e apaixonado pela história de Jaraguá do Sul, que juntamente com seu amigo Emílio da Silva montaram a exposição do centenário de Jaraguá do Sul,a qual mais tarde deu origem ao Museu Emílio da Silva.

Amadeus tinha como sonho lançar o livro Memória… Um museu e a história, sonho este que foi realizado no ano passado. Dono de uma memória invejável, ele auxiliou a Câmara na busca de parentes dos homenageados da noite.

Representante: Cristiano Mahfud Watsko, neto.