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Vereador Jair Pedri presta homenagem ao Ministro Joaquim Barbosa

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DSC01090O vereador Jair Pedri utilizou o espaço da Palavra Livre da sessão de ontem, 14, para ler o poema “Os Barbosas”, de autoria da escritora Cleide Canton, com trechos de Rui Barbosa, para expressar seu descontentamento com os rumos da sociedade.

No poema, a escritora demonstra sua insatisfação com o mundo atual que não se importa com os valores morais e éticos e se deposita num egoísmo assustador. Também relata o sentimento de impotência, o cansaço da luta por aquilo que se acredita ser um mundo ideal e até mesmo a tristeza por nem se ter força para lutar ou tentar, mas se agarra a pátria para tentar renascer o sonho da felicidade.

Abaixo o poema:

Sinto vergonha de mim – Cleide Canton

por ter sido educador[a] de parte desse povo,

por ter batalhado sempre pela justiça,

por compactuar com a honestidade,

por primar pela verdade

e por ver este povo já chamado varonil

enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim

por ter feito parte de uma era

que lutou pela democracia,

pela liberdade de ser

ter que entregar aos meus filhos,

simples e abominavelmente,

a derrota das virtudes pelos vícios,

a ausência da sensatez

no julgamento da verdade,

a negligência com a família,

célula-mater da sociedade,

a demasiada preocupação

com o “eu” feliz a qualquer custo,

buscando a tal “felicidade”

em caminhos eivados de desrespeito

para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim

pela passividade em ouvir,

sem despejar meu verbo,

a tantas desculpas ditadas

pelo orgulho e vaidade,

a tanta falta de humildade

para reconhecer um erro cometido,

a tantos “floreios” para justificar

atos criminosos,

a tanta relutância

em esquecer a antiga posição

de sempre “contestar”,

voltar atrás

e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim

pois faço parte de um povo que não reconheço,

enveredando por caminhos

que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência,

da minha falta de garra,

das minhas desilusões

e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir

pois amo este meu chão,

vibro ao ouvir meu Hino

e jamais usei a minha Bandeira

para enxugar o meu suor

ou enrolar meu corpo

na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,

tenho tanta pena de ti,

povo brasileiro !

“De tanto ver triunfar as nulidades,

de tanto ver prosperar a desonra,

de tanto ver crescer a injustiça,

de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,

o homem chega a desanimar da virtude,

a rir-se da honra,

ter vergonha de ser honesto”. (Rui Barbosa)