O vereador José Osório de Ávila abriu uma manifestação na sessão da última terça-feira, 31, em defesa do Poder Legislativo. “Temos sempre que ter respeito por todas as pessoas, e eu não posso admitir que esta Casa venha sendo denegrida por pessoas que não conhecem o trabalho dos vereadores”, disse, comentando ter ouvido entrevista do presidente do DCE, Luís Fernando Almeida, em que ele critica os vereadores, afirmando que os mesmos não têm qualidade e que a Câmara não é participativa.

“Deixo aqui minha indignação, pois esta Casa não merece este desrespeito. Todos os vereadores têm o seu trabalho; nem todos tem o mesmo foco, mas todos trabalham”, afirmou.

O vereador Justino da Luz disse Almeida nunca participou das ações da Câmara, a não ser em seu gabinete solicitando a cópia do contrato de concessão do transporte coletivo do município. “Ele critica sem ter conhecimento”, disse.

Para o vereador Ademar Possamai, quando se generaliza é porque não há argumentos, e defendeu a pluralidade de ideias. “Sempre vai ter pessoas que pensam de maneira diferente e temos que ter poder de argumentação suficientemente bom para convencê-los do contrário. Agora crítica e ofensa tem uma diferença grande”, declarou.

Possamai também disse ter ficado decepcionado com a postura de um estudante de direito que, para ele, “quando exige qualidade, deve demonstrar qualidade”. Segundo ele, é necessário primeiro saber o papel do vereador, para depois criticar. “Nunca o vi acompanhando uma reunião aqui na Câmara. Isso faz parte do processo político e a gente sempre levou isto de maneira clara, com respeito de opiniões. Quando você não aceita a contestação, um argumento contrário, é porque não tem qualidade naquilo que faz”, afirmou.

A vereadora Natália Lúcia Petry comentou que a defesa do Legislativo enquanto poder constituído é uma obrigação de todos os pares. Lembrou que quando presidente da Casa o fazia constantemente, recorrendo à imprensa.

“O Poder Legislativo é que garante o estado democrático de direito. Se não brigarmos pela nossa instituição vamos viver uma ditadura aberta. Hoje não percebemos a separação dos poderes porque isto está confuso. Devemos nos valer da nossa função para nos fazer respeitar, trabalhando pela independência do poder, seja vereador de oposição ou situação, porque nossas obrigações constitucionais são as mesmas”, argumentou.