A greve dos policiais civis catarinenses foi trazida a discussão na Câmara pelo delegado de Polícia Adriano Spolaor e pelo agente de Polícia, Anderson Jankus, que integra do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis) do Estado. Eles participaram da sessão desta terça-feira, 22, a convite do vereador Justino da Luz.
O delegado relatou que se trata de uma causa justa e legítima, pois historicamente os governos ignoram as reivindicações da categoria. Segundo ele, há 13 anos não ocorre a reposição da inflação. “São mais de 120% de perdas salariais neste período”, disse.
Spolaor também informou que o salário base de um delegado é de R$ 4,4 mil mensais, “e o governo ao longo deste período vem nos oferecendo apenas penduricalhos, abonos”. Ele relatou, ainda, que em caso de doença ou de aposentadoria, o delegado fica sem remuneração.
“O salário em Santa Catarina está entre os quatro piores do Brasil. O Estado que tem um dos maiores índices de resolução de crimes e o governo nos trata com absoluto descaso”, afirmou.
O agente de Polícia Anderson Jankus relatou as condições de trabalho em Jaraguá do Sul que, segundo ele, prejudicam o atendimento em razão da quantidade insuficiente de funcionários. “Estou na Polícia Civil há dois anos e suportar 24 horas de plantão com esta remuneração e com a estrutura que nos é oferecida é extremamente delicado”, relatou.
Conforme ele, a Secretaria de Segurança Pública está reconfigurando o quadro da Polícia Civil, mas isto não é suficiente. “Por mais que o órgão público ofereça estrutura, com relação a carga de trabalho e o déficit de agentes é impossível dar um atendimento adequado a Jaraguá do Sul”.