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Audiência pública virtual detalha atendimento contra covid em Jaraguá do Sul

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Foi realizada nesta quarta-feira (28) a audiência pública convocada pela Câmara de Vereadores para tratar do chamado “tratamento precoce” contra covid-19 em Jaraguá do Sul. Requerida pela vereadora Nina Santin Camello (PP), que presidiu o evento, a reunião serviu para esclarecer a população sobre o protocolo que é utilizado para atender os pacientes no município e esclarecendo o uso de medicações que não tem eficácia comprovada no controle da doença. Esta foi a primeira audiência pública realizada em formato virtual pelo Legislativo, com transmissão pelas redes sociais e participação do público via e-mail.

Primeiro a falar, o Presidente da Associação Médica de Jaraguá do Sul, o médico pediatra Rodrigo Ferreira de Souza, lamentou que o tema tenha sido politizado no combate à pandemia, mas destacou que em Jaraguá do Sul o tema é tocado com responsabilidade. “Não existe o mesmo medicamento para todas as pessoas, cada uma tem uma característica. As pessoas imaginam que era só sair com frasco com todos os medicamentos citados sem observação. O nome da doença pode até ser a mesma, mas cada pessoa passa por uma circunstância diferente”, ressaltou.

Ele ainda apontou que, independentemente da doença, a responsabilidade de prescrição de medicamento ou outro tipo de tratamento é do profissional médico. “Quando a gente olha lá no hospital, mesmo com a ocupação quase total dos leitos de UTI estamos conseguindo atender com tranquilidade e respeito os nossos pacientes”, ponderou o médico, que ainda lembrou que até o momento Jaraguá do Sul não precisou transferir pacientes para fora da cidade por falta de espaço.

Muitas das perguntas feitas pela comunidade mencionavam um conjunto de medicamentos cuja eficácia não é comprovada no combate à covid-19, causando divergências entre “tratamento precoce” e “tratamento preventivo”. Rodrigo alertou que quando não há infecção pelo coronavírus, as medidas a serem adotadas são o distanciamento social, higienização das mãos, uso de máscara e, quando for possível, a aplicação de vacina. “Não é recomendado tomar medicações se eu não tenho sintomas. Prevenção é distanciamento, máscara, álcool em gel. Tratamento é tratamento com medicação, depois que o paciente desenvolve sintomas”.  O Secretário de Saúde destacou a preocupação com o assunto tendo em vista que pessoas já chegaram nos hospitais de Jaraguá do Sul com intoxicação medicamentosa, por ingerir remédios sem recomendação.

A Presidente do Comitê Extraordinário de Combate à Covid-19, Emanuela Wolff, destacou a criação da estrutura ainda em março de 2020, quando o governo estadual interrompeu diversas atividades econômicas por meio de decreto. “Conforme há aumento ou redução de casos, alteramos a rede de atendimento em Jaraguá do Sul, ampliando ou reduzindo os locais para receber os pacientes suspeitos”, disse ela, destacando que mais de R$ 45 milhões investidos em medidas de combate à pandemia.

Em sua fala ela destacou as medidas tomadas pela Prefeitura, como a implementação do sistema de teleconsulta e teleatendimento médico, a abertura de leitos de UTI exclusivos para atendimento de pacientes com covid-19, o serviço de sanitização dos espaços públicos e a instalação da estrutura de atendimento no Hospital São José.

O secretário de Saúde Alceu Moretti destacou que o paciente contaminado pelo coronavírus requer um acompanhamento diferenciado, especialmente para evitar o cruzamento de pacientes contaminados e não-contaminados. “Nossos danos foram reduzidos e estamos podendo atender pacientes das mais diversas regiões do estado e também do Brasil. As mudanças foram feitas de acordo com as necessidades, com muito cuidado para respeitar o dinheiro público”, afirmou o secretário.

Cada vereador tinha direito a fazer uma pergunta, de acordo com o roteiro estabelecido previamente. Sirley Schappo (Novo) se preocupou com situação de idosos que não foram tomar a segunda dose da vacina, por esquecimento ou por receio de efeitos colaterais. Ela também questionou se haverá algum trabalho para aqueles que desenvolveram alguma sequela pós-infecção. Alceu destacou de que está ocorrendo a busca ativa por esses pacientes que não foram receber a segunda dose. Ele ainda afirmou que a Prefeitura já se prepara para realizar um trabalho intenso com os pacientes que ficarem com sequelas após contraírem a doença.

Também do Partido Novo, Rodrigo Livramento salientou seu temor de que os esforços para o tratamento da covid deixem que outros atendimentos descobertos. Ele questionou de que forma esses demais tratamentos e cirurgias serão afetados. “O represamento dos atendimentos ocorre – mas não é exclusividade de Jaraguá do Sul. Assim que tivermos possibilidade esses atendimentos serão realizados, mas estamos acompanhando passo a passo as flexibilizações permitidas pelo governo estadual. Estamos preocupados, mas preparados para retomar os atendimentos eletivos assim que for possível”, afirmou o secretário Moretti.

O vereador Osmair Gadotti (MDB) elogiou a postura dos profissionais integrantes do comitê e ressaltou os cuidados necessários. “É preciso conscientizar cada vez mais a população, pois isso não é brincadeira. Poderíamos ter evitado todo esse impacto, se cada um tivesse feito a sua parte”. O Presidente do Legislativo, Onésimo Sell (MDB) parabenizou pela iniciativa, afirmando que a audiência pública ajuda a pulverizar as informações e esclarecer a população. “São decisões que não são tomadas individualmente, Jaraguá do Sul sai na frente no atendimento aos pacientes. A Câmara participa do Comitê estabelecido pela Prefeitura, acompanhando as decisões e auxiliando naquilo que cabe ao Legislativo”, ressaltou.