Na sessão desta quinta-feira (15), a Câmara Municipal de Jaraguá do Sul aprovou uma moção de apoio ao Projeto de Lei n.º 2450/2022, em tramitação na Câmara dos Deputados, que propõe a inclusão da vacina contra o herpes-zóster no Calendário Nacional de Imunização do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa é de autoria dos vereadores Sirley Maria Schappo (Novo), Charles Salvador (PSDB), Jair Pedri (PSD), Jonathan Reinke (União Brasil) e Osmair Luiz Gadotti (MDB).
O projeto federal, de autoria do deputado Ney Leprevost (União Brasil/PR), visa ampliar o acesso à vacina contra a doença, conhecida popularmente como “cobreiro”, causada pelo vírus Varicella-Zoster — o mesmo da catapora. Estima-se que 98% da população brasileira carregue esse vírus, e que um em cada três adultos desenvolverá a doença ao longo da vida, especialmente pessoas idosas e com imunidade comprometida.
A moção aprovada destaca a gravidade do herpes-zóster, cujos sintomas incluem lesões cutâneas dolorosas e, em muitos casos, a chamada neuralgia pós-herpética — uma dor crônica que pode durar meses ou anos. O tratamento costuma ser prolongado, exigindo medicamentos potentes e acompanhamento médico, o que compromete significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/DataSUS), o número de internações por herpes-zóster aumentou nos últimos anos: foram 2.000 casos em 2021, 2.300 em 2022 e 2.600 em 2023 — uma elevação de 31,6% em dois anos.
Outro ponto enfatizado pelos vereadores é o custo da vacina, que pode ultrapassar R$ 1.600 por dose, tornando-a inacessível para grande parte da população, especialmente idosos de baixa renda — justamente os mais vulneráveis à doença. A falta de acesso à imunização, segundo a moção, aprofunda desigualdades sociais em saúde.
A iniciativa também menciona a recente sanção da Lei Estadual n.º 19.272/2025 em Santa Catarina, que institui campanha permanente de conscientização sobre o herpes-zóster, reforçando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
“Trata-se de uma medida preventiva, econômica e humana”, afirmam os autores. “Além de reduzir o sofrimento da população, a inclusão da vacina no calendário oficial contribui para diminuir internações e aliviar a sobrecarga do sistema público de saúde”.