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Homenagem destaca valorização da comunidade negra em Jaraguá do Sul

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Grupo Ornela – Centro de Artes apresentou a performance “Conte sua história, dando voz à ancestralidade”. Foto: Tiago Rosário

A Câmara Municipal de Jaraguá do Sul realizou, na noite desta terça-feira (18), uma sessão solene em homenagem ao Dia da Consciência Negra, celebrada no auditório do Cejas. O evento reuniu autoridades, representantes de entidades, homenageados e contou com um público de mais de 200 pessoas, o maior público de uma solenidade da Consciência Negra do Legislativo jaraguaense, reforçando o compromisso do município com a valorização da cultura afro-brasileira e o combate ao racismo.

O grupo Ornela – Centro de Artes apresentou a performance “Conte sua história, dando voz à ancestralidade”, que uniu música, poesia e elementos da cultura afro-brasileira. A apresentação abordou temas como resistência, sofrimento, identidade, memória, racismo e superação, emocionando o público presente.

O Coral Vozes Africanas também se apresentou e entoou músicas de raízes africanas e a canção Choram as Rosas, de Cartola.

Coral Vozes Africanas se apresentou durante a solenidade Foto: Tiago Rosário

Foram homenageadas 11 pessoas indicadas pelos vereadores, reconhecidas por suas histórias e atuação em diversas áreas. Cada homenageado recebeu placa e flores em reconhecimento às suas contribuições para a cidade e para a valorização da identidade negra:

  • Alvaril Gomes – indicado pelo presidente Almeida (MDB)

  • Juarez Gomes – indicado pelo vice-presidente Charles Salvador (PSDB)

  • Andrea Gomes Cardoso – indicada pelo vereador Professor Fernando Alflen (PL)

  • Nicolas Liebl D’Anhaia – indicado pelo vereador Delegado Miotto (União)

  • Fernanda Marina Cardoso Czycza – indicada pelo vereador Cani (PL)

  • Alcides Hencke – indicado pelo vereador Jair Pedri (PSD)

  • Fábio Evandro Cardozo dos Santos – indicado pelo vereador Jonathan Reinke (União)

  • Terezinha Maria Cavalcanti – indicada pela vereadora Professora Natália Lúcia Petry (MDB)

  • Vilany Gomes dos Santos – indicada pelo vereador Osmair Gadotti (MDB)

  • Gabriela Nogueira – indicada pelo vereador Rodrigo Livramento (Novo)

  • Glória Thaísa Alves Amaral – indicada pela vereadora Sirley Schappo (Novo)

Durante a sessão, o presidente do Legislativo, vereador Almeida, destacou o papel da Câmara na defesa de políticas públicas que alcancem pessoas em situação de vulnerabilidade. Ele lamentou episódios recentes de racismo no Brasil numa partida do Avaí contra o Remo do Pará em Florianópolis, e afirmou que o poder público não pode ignorar essas realidades.

“Infelizmente ainda nos deparamos, em pleno 2025, com situações como as ocorridas no futebol este final de semana. As políticas públicas não podem ter reflexo atrelado à cor ou à conta bancária de quem será atendido. Devem ter como critério o ser humano na ponta”, afirmou.

Almeida também reforçou que o Legislativo está aberto para receber demandas do COMPIR, do Moconevi e de outros movimentos sociais. “Estamos todos do mesmo lado, do lado do ser humano.”

A presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR), Stela Vivian Martins Dias, ressaltou a importância da valorização pública das trajetórias negras.

“O que fazemos hoje ao homenagear personalidades da comunidade é legitimar a nossa existência. São pessoas que emergem do anonimato para compartilhar suas histórias e suas lutas. Isso é motivo de grande alegria e orgulho”, afirmou.

Stela Vivian discursa durante evento Foto: Tiago Rosário

Stela também reforçou que o combate ao racismo exige participação de toda a sociedade. “Como disse Graça Machel, o racismo não será combatido apenas por aqueles da raça negra. Precisamos agregar outras pessoas que também precisam se libertar de atitudes racistas.”

O presidente do Movimento da Consciência Negra do Vale do Itapocu (Moconevi), Francisco Alves, destacou que o 20 de Novembro deve ser um momento de reflexão sobre o tratamento dado à população negra.

“Se hoje não temos mais o tratamento da chibata, ainda persistem a discriminação, os preconceitos, as faltas de oportunidade e a falta de representatividade”, afirmou. Ele citou casos recentes, como os ataques sofridos pela Miss Santa Catarina e episódios de racismo no futebol.

Francisco Alves também fez o seu discurso durante sessão Foto: Tiago Rosário

Francisco também destacou a adesão do município ao Sinapir e defendeu que o trabalho pela igualdade racial deve ser constante, especialmente na educação. “Não basta trabalhar esses tópicos apenas na semana da consciência negra. É preciso que seja algo contínuo, começando pela educação e pela formação dentro de casa.”

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