Na sessão desta terça-feira (8), a Câmara Municipal de Jaraguá do Sul aprovou uma moção de apelo que busca viabilizar a aquisição de um terreno localizado nos fundos do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) – Câmpus Jaraguá do Sul – Rau. A proposta visa garantir a ampliação do projeto “Eco Trilha Mata Atlântica” e a proteção de uma área remanescente do bioma no município.
A moção, encabeçada pelos vereadores Professor Fernando Alflen (PL), Cani (PL), Charles Salvador (PSDB), Delegado Mioto (União), Jair Pedri (PSD), Jonathan Reinke (União), Almeida (MDB), Professora Natália Lucia Petry (MDB), Osmair Luiz Gadotti (MDB) e Rodrigo Livramento (Novo), será encaminhada ao Prefeito Municipal, à Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (FUJAMA), aos deputados estaduais e à bancada catarinense de deputados federais, com destaque para a Comissão de Meio Ambiente da Câmara.
O apelo se fundamenta na importância estratégica do projeto Eco Trilha, implementado em 2022 dentro do câmpus do IFSC. A trilha funciona como um laboratório a céu aberto para educação ambiental, pesquisa e extensão, atendendo estudantes da rede pública, instituições inclusivas como a APAE e a AMA, e servindo como campo de estudo para os cursos de graduação e técnicos da instituição.
Segundo a justificativa da moção, o espaço atual já não comporta a crescente demanda por visitas e atividades pedagógicas. A aquisição do terreno vizinho é considerada “urgente e estratégica” para permitir a expansão da trilha, incluindo rotas acessíveis, e para proteger uma área de Mata Atlântica secundária rica em biodiversidade, com registros de diversas espécies nativas de fauna e flora.
Os parlamentares destacaram que a área em questão está localizada na bacia do Rio Itapocu, principal manancial de abastecimento hídrico da cidade, e sua preservação é fundamental para a segurança sanitária e ambiental da região. A medida evitaria o risco de ocupação desordenada e degradação do terreno.
O projeto Eco Trilha já possui reconhecimento regional, com apoio da FAPESC e cooperação com a FUJAMA e o SAMAE. Abriga também um meliponário com mais de 20 colmeias de abelhas nativas sem ferrão, cumprindo um papel ecológico e educativo vital.
A moção ressalta que a iniciativa está alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e ao artigo 225 da Constituição Federal, que define o meio ambiente ecologicamente equilibrado como um direito de todos e um dever do Poder Público.
“A aquisição deste terreno não representa apenas a ampliação de um espaço físico, mas a ampliação do alcance da ciência, da inclusão e da educação pública de qualidade”, afirma o texto da justificativa, convocando os entes públicos a unirem esforços para assegurar o território para a educação ambiental e a pesquisa científica, garantindo um legado sustentável para as futuras gerações.