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Vereadores de Jaraguá do Sul aprovam moção por novo Mutirão da Saúde

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Durante a sessão desta quinta-feira (29), a Câmara Municipal de Jaraguá do Sul aprovou uma moção de apelo solicitando a realização de um novo Mutirão da Saúde no município. A proposta, de autoria dos vereadores Professor Fernando Alflen (PL), Cani (PL), Charles Salvador (PSDB), Delegado Mioto (PL), Jair Pedri (PSD), Jonathan Reinke (União), Almeida (MDB), Natália Lucia Petry (MDB) e Osmair Luiz Gadotti (MDB), será encaminhada à Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, à Secretaria Estadual de Saúde, à Comissão de Saúde da ALESC, ao Executivo Municipal e à Secretaria Municipal de Saúde.

O objetivo da moção é mobilizar os órgãos públicos para que avaliem, com urgência, a possibilidade de organizar um novo mutirão com foco na redução das filas de espera por consultas especializadas, exames diagnósticos e procedimentos cirúrgicos eletivos em Jaraguá do Sul.

Os vereadores destacam que o município já realizou com sucesso, em 2024, um Mutirão da Saúde que totalizou mais de 24 mil atendimentos. A ação, viabilizada com cerca de R$ 2,47 milhões em recursos municipais e emendas parlamentares, contou com a parceria dos hospitais Jaraguá, São José e Santo Antônio (Guaramirim).

A demanda por novos esforços é reforçada por números preocupantes: cerca de 330 pacientes aguardam por cirurgias de catarata — sendo que apenas 180 estão agendadas —, além de 725 pessoas na fila por avaliação e diagnóstico de deficiências e 1.177 esperando por atendimento especializado, segundo dados do Ministério Público de Santa Catarina.

A moção também aponta que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade vêm funcionando com horários estendidos — até as 22h durante a semana e com atendimento aos sábados em unidades estratégicas —, o que comprova a capacidade técnica e estrutural da rede pública local para apoiar ações emergenciais.

Diante disso, os parlamentares propõem a realização do programa “Mutirão Saúde Já”, com mobilização de recursos e parcerias estratégicas com hospitais, clínicas e profissionais da área. A proposta inclui ainda o compromisso com a transparência e acompanhamento periódico dos resultados, permitindo à população monitorar os avanços.

Durante a sessão, o vereador Professor Fernando Alflen defendeu a aprovação da moção e lembrou que o último mutirão realizado em 2024 foi um sucesso. “Conseguimos atender muitas pessoas com cirurgias eletivas, e precisamos repetir essa ação. Hoje, temos cerca de 330 pessoas na fila para cirurgia de catarata, 725 aguardando diagnóstico de deficiência e quase 1.200 esperando por atendimentos especializados”, destacou Alflen.

Segundo ele, a situação é grave e exige ação imediata. Recordou que, na audiência pública da Saúde, foi informado que quase 40 mil procedimentos estão represados. “Sabemos que uma pessoa pode precisar de mais de um atendimento, mas não podemos aceitar que pessoas esperem um, dois anos por uma cirurgia. Quando forem atendidas, pode ser tarde demais”, alertou. O vereador finalizou pedindo apoio dos colegas à moção de apelo à Assembleia Legislativa para interceder junto ao governo estadual.

O vereador Almeida reforçou a gravidade da situação. “É lamentável ver cidadãos esperando anos por uma consulta ou exame. Quando conseguem o retorno, o exame já está desatualizado e precisa ser refeito. Isso gera desperdício de dinheiro público e, pior, sofrimento para as famílias que veem seus entes queridos sofrendo enquanto aguardam”, disse. Ele defendeu que o Estado e o Município busquem alternativas urgentes e anunciou que fez um pedido de informação sobre a prestação de contas da saúde. “Precisamos de uma ação firme. Não podemos mais aceitar filas de anos.”

O vereador Osmair Gadotti também contribuiu com a discussão ao relatar uma reclamação de um morador sobre a realização de exames. “Recebi uma ligação de um munícipe que teve que procurar vários laboratórios diferentes para completar um simples exame de sangue. Isso é inaceitável. Precisamos centralizar esses exames em um só lugar.”

O vereador Jonathan Reinke fez críticas contundentes à estrutura atual. “Quando uma pessoa sente dor ou precisa de um procedimento, ela precisa naquele momento. Já vimos casos de pacientes em cadeira de rodas há mais de dois anos esperando por uma cirurgia de quadril. A situação se agrava, surgem comorbidades, e muitas vezes perdemos essas pessoas antes de conseguirem o atendimento. Investimos em exames que se tornam inúteis por falta de estrutura. Se o problema é estrutural, o Estado precisa ajudar os hospitais”, afirmou.

A moção será oficialmente encaminhada ao prefeito Jair Franzner, à Secretaria Municipal de Saúde, à presidência da ALESC e à Comissão de Saúde da Assembleia. O apelo enfatiza a necessidade de ampliar especialmente os atendimentos nas áreas mais críticas, como oftalmologia, reabilitação e deficiências, reforçando o compromisso com o direito constitucional à saúde e a dignidade dos cidadãos jaraguaenses.

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