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HOMENAGEM A CIDADÃ CENTENÁRIA

Com 100 anos completados na última sexta-feira, dia 12 de outubro, Angelina Lohn Junkes foi homenageada pela Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul. A Homenagem foi realizada durante a Sessão Plenária...

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Com 100 anos completados na última sexta-feira, dia 12 de outubro, Angelina Lohn Junkes foi homenageada pela Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul. A Homenagem foi realizada durante a Sessão Plenária de segunda-feira, dia 15 de outubro, às 19 horas.

Angelina Lohn Junkes, 99 anos, tem muito o que comemorar na sexta-feira. No dia 12 de outubro, Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, de quem é devota, também é a data em que completa um século de vida. O aniversário será comemorado com uma missa e depois jantar dançante, do qual do Angelina vai participar ativamente, garante a família.
A vida da mãe de 11 filhos, avó de 49 netos, bisavó de 94 bisnetos e trisavô de oito trinetos foi bastante sofrida. Nascida em 1907, no distrito de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, Angelina veio para Jaraguá do Sul com o marido, José João Junkes, em busca de valorização do trabalho agrícola. Ela lembra que, em São Pedro de Alcântara, não se conseguia preço para batata, o feijão e outros produtos e, muitas vezes, as sacas estragavam nos galpões.
Seu Junkes, primeiro e único namorado de Angelina, falecido há 34 anos, arrendou um pedaço de terra na região de Chico de Paulo e depois conseguiu adquirir um terreno próprio no Rio Molha, onde cultivou cana-de-açúcar. Por meio de um engenho, a matéria-prima, era transformada em melado, açúcar mascavo e cachaça.
Foi no Rio Molha que nasceram 10 filhos do casal. Os filhos lembram que, junto com o marido, a mãe participava da roça e do cultivo dos alimentos. Alguns dias depois de dar a luz, ainda no período de resguardo, dona Angelina já saía com o nenê do colo para trabalhar. “Fechava os buracos feitos na terra para plantar aipim com o pé”, conta o neto, Edson Junkes, de 30 anos. Os dias de chuva não a intimidavam e lá ia dona Angelina com uma sombrinha, filho num braço e enxada no outro. Não tinha medo de trabalhar.
A perda do marido foi uma etapa difícil, mas dona Angelina conseguiu superar com o apoio da família. Seu José Junkes morreu pouco depois de se aposentar, aos 71 anos de idade. As filhas lembram que, para comemorar a aposentadoria, o pai comprou um corte de tecido (um dos melhores presentes que se poderia ganhar na época) para cada uma das seis filhas mulheres.
Há 31 anos morando na casa do filho Lauro e da nora Lourdes, que tiveram sete filhos, dona Angelina não se acostuma mais com silêncio e, ao contrário da maioria dos idosos, adora um barulho de criança. E as surpresas não param por aí. Ela não perde uma festa da família, principalmente casamentos. No mais recente, aproveitou a festa até de madrugada, quando muitos netos já estavam exaustos.
No período de férias, acompanha a nora e o filho na casa de praia, mas não gosta muito de areia e mar. Muito menos é acostumada com biquínis que deixam o corpo feminino à mostra. Há 80 anos, quando dona Angelina tinha 20 anos, os maiôs deixavam poucas partes expostas e não se ia à praia sem um chapeuzinho.
Para dona Angelina, o segredo para viver 100 anos está em não ficar parada, observando os familiares. Mesmo com dificuldades para andar, ela vive arrumando suas coisinhas, como lembranças e objetos antigos; faz questão de lavar algumas peças de roupa à mão; às vezes, surpreende a nora ao ficar em cima da cama para arrumar o lençol e ajuda na loja de confecção do neto, gosta de mexer em detalhes das peças de roupa.
Quando a audição ainda estava boa, atendia telefonemas diariamente e não se atrapalhava com o aparelho de fax. A vaidade é outra marca registrada da vovó centenária que, sabendo sobre a reportagem do ANJaraguá, logo se preocupo em perguntar: “que roupa vou usar?”. Mesmo com as dificuldades para andar e ouvir e com muitos amigos e parentes falecidos, dona Angelina se mostra otimista: “não estou aleijada, ainda consigo andar. Tenho que ficar contente”.