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DECLARAÇÕES DE COMANDANTE FUGIRAM DO OBJETIVO, DIZ PRESIDENTE

[b]Ausente da sessão de terça, onde abordagens da PM seriam questionadas, Jean lamentou desrespeito com Legislativo Vereadora Natália reiterou que tem testemunhas de agressões de sete policiais a jovem bêbado e diz que não foi omissa "Vou fazer uma moção de repúdio pelo tratamento dado a esta Casa", disse Zé da Farmácia, autor do convite para a PM[/b]

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O presidente da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, vereador Jean Leutprecht (PC do B), usou a palavra livre da sessão desta quinta-feira (14 de maio), para lamentar o tratamento dado aos vereadores pelo comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Rogério Luiz Kumlehn, na sessão dia 12. A Câmara havia convidado o corregedor da PM, major Waldo Herbster Júnior, para falar sobre a série de denúncias de violência praticada por policiais contra os cidadãos em abordagens, assunto que foi discutido na sessão de 14 de abril.
Porém, o comandante compareceu e demonstrou a insatisfação de ter que abordar o assunto em público, usando tom autoritário com os vereadores. Ausente da sessão, em razão de viagem a Brasília com o vice-presidente da Casa, Isair Moser (PR), o presidente Jean teve a oportunidade de ouvir a gravação nesta tarde, e lamentou que a visita de Kumlehn tenha fugido do assunto proposto. “O comandante já tinha estado na Câmara em março para falar sobre o trabalho e os números da PM, por isso foi convidado o corregedor para dar explicações a respeito da violência nas abordagens. Observei que somente com a intervenção da vereadora Natália (Lúcia Petry) se voltou ao tema que havia sido proposto”, disse Jean.
“Eu não poderia deixar de me posicionar, pois as palavras do comandante atingiram diretamente o Poder Legislativo jaraguaense. Tenho certeza de que os vereadores não agiram de má-fé. Como a PM, os vereadores também não brincam. Como funcionários da comunidade, assim como o policial também é, estamos sujeitos a críticas e elogios. Mas temos que, acima de tudo, respeitar os poderes constituídos, como sempre fizemos. Que fique bem claro que não é um posicionamento contrario à PM, mas nem por isso podemos receber chamada de atenção de pessoa de outro poder. Temos liberdade de falar e colocar em público as informações e questionamentos. É um trabalho sério e procuramos fazer o melhor pelo município”, finalizou o presidente.

[b]VEREADORA GARANTE QUE TEM TESTEMUNHAS DE AGRESSÃO[/b]

A vereadora Natália, a quem o comandante se dirigiu nominalmente, acusando-a de omissão por não ter denunciado a ele, mas ter divulgado em sessão um caso de agressão que conhecia, reforçou que o fato que revoltou o comandante ocorreu na praça Angelo Piazera, em frente ao museu. Ela disse que ao citá-lo, na sessão em que a agressão a dois jovens por mais de dez policiais motivou o debate, foi apenas com a intenção de contribuir dizendo que havia outros fatos semelhantes. “Não me omiti, sou servidora pública e tenho responsabilidade com o que falo. Contra fatos, não há argumentos. Há testemunhas. Não queremos criar embate entre poderes, mas somos representantes legítimos do povo. Para quem vou me queixar? A população fica com medo, e ficou com mais medo ainda frente ao posicionamento do comandante, que teve claros momentos de desequilíbrio. Não vivemos num momento de ditadura e os poderes precisam respeitar o povo. Eram questionamentos que a população faz para nós. Foi uma infelicidade a forma como as questões foram conduzidas”, disse.
A vereadora disse que um policial viu a filmagem de sete policiais batendo num jovem bêbado na praça, mas disse que não pode identificar os agressores, pois as imagens, feitas com um celular, são de má qualidade. “Mas há testemunhas e cabe à polícia apurar”, enfatizou. Ela sugere que este episódio sirva para que os policiais façam uma reflexão quanto às suas abordagens, pois o argumento de que os policiais são humanos e passíveis a erro também pressupõe que seja possível corrigir estes erros.

[b]“NÃO CHAMAMOS O COMANDANTE PARA OFENDER VEREADORES”[/b]

O vereador José Osório de Ávila (DEM), autor do convite para a PM se explicar, diz que ficou constrangido. “Somos autoridades e fomos humilhados pelo comandante. Se procedêssemos desta forma no batalhão, seriamos algemados e levados para a delegacia. Não chamamos o comandante para criticar e ofender vereadores, mas dar resposta para a comunidade de Jaraguá”.
O vereador lamentou que o comandante tenha ignorado a denúncia que ele diz ter de um policial morador do bairro Tifa Martins, que abusa de autoridade com som alto. “Tenho BO (boletim de ocorrência) de um morador que já denunciou mais de cinco vezes e a PM não atende”. Conforme disse na Câmara ao comandante Kumlehn, ele reforçou que vai enviar o BO à PM para ver se será tomada providência. “A forma como ele se comportou nesta casa mostra que é assim que ele manda que os policiais façam lá fora. Vou fazer uma moção de repúdio pela conduta do comandante Kumlehn nesta Casa”, finalizou.

Jornalista responsável: Rosana Ritta – Registro profissional: SC 491/JP