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Previsibilidade nas passagens dos trens e outras demandas são elencadas em audiência

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A audiência pública para tratar sobre a passagem dos trens por Jaraguá do Sul, realizada nessa quarta-feira, 29, encaminhou demandas de infraestrutura à empresa Rumo Logística, concessionária da ferrovia que atravessa a cidade. A presidente da mesa e autora do requerimento para a audiência, vereadora Natália Petry, elencou os cinco temas levantados durante a discussão:

  1. Melhor manutenção dos trilhos;
  2. Disponibilização de GPS nos trens;
  3. A previsibilidade do horário em que os trens passam pela cidade;
  4. Melhora das passagens de nível;
  5. Elaboração de uma moção para que em nova concessão sejam contempladas as reivindicações.

Os tópicos surgiram como queixas das entidades e comunidade presentes. O presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul relatou que a falta de previsibilidade nos horários em que os trens passam pelo centro da cidade é um dos maiores problemas e que isso causa transtorno no trânsito. Uma das possíveis soluções apresentadas para essa questão foi a utilização do aplicativo Piui Mobilidade Inteligente, que avisa aos usuários o momento em que o trem estiver passando pelos cruzamentos. “O objetivo é reduzir riscos de acidentes e o tempo de espera nestes locais”, ressaltou Jefferson Amendolara, um dos idealizadores do projeto. Segundo o pesquisador, se os trens possuíssem GPSs o aplicativo poderia ser aprimorado e os usuários teriam mais previsibilidade dessas situações.

O presidente da Fujama, Leocádio Neves e Silva, lembrou que a renovação da concessão da ferrovia à Rumo Logística está perto de ser realizada, assim a oportunidade deveria ser aproveitada para colocar em pauta essas exigências. “Hoje a empresa está resguardada pela legislação e pelo contrato da concessão que fez com o Poder Público. No próximo contrato, temos que colocar essas questões em pauta para amenizarmos os transtornos causados hoje”, recomendou.

Marcia Alberton, moradora presente na reunião, sugeriu trabalhar junto aos senadores e deputados federais para dar esses encaminhamentos. Para ela, a pressão política pode ajudar a solucionar essas questões. O vereador de Joinville, Odir Nunes, fez coro à sugestão e pediu união dos municípios para tratar das ações. “Essa união é importante. Não podemos viver de saudosismo. O trem ajudou no nosso desenvolvimento, mas agora temos novas tecnologias e precisamos melhorar essa trafegabilidade. Não é justo que eles se utilizem das nossas terras e não nos escutem nas nossa demandas”, argumentou.

Nunes foi responsável por um projeto de lei, em Joinville, que previa restrição de horários para o tráfego de trens na cidade. Por conta disso recebeu o convite da presidente da mesa, Natália Petry, para participar dessa audiência. A restrição imposta pelo PL foi suspensa por uma liminar concedida à Rumo Logística. O argumento é que somente lei federal pode legislar sobre o assunto.

A empresa Rumo Logística foi representada pelo seu gerente de Relações Institucionais, Marcelo Negri, que assegurou que a passagem dos trens pelas cidades é inevitável. Ele ressalvou que, se as legislações de cada município oferecessem um tempo limitado para o tráfego de composições, o congestionamento nas ferrovias seria muito grande, o que inviabilizaria o transporte de carga pelos trilhos. “Hoje passamos cerca de 5 trens por dia em Jaraguá do Sul, o que equivale a 450 caminhões de carga. Essas commodities têm que ser transportadas de algum jeito. Se pararmos com os vagões, os caminhões vão ter que passar pela cidade e o congestionamento seria muito maior, o transtorno seria muito maior”, afirmou.

Marcelo ainda advertiu que não há como prever o horário em que os maquinários irão passar. Segundo ele, há vários fatores que influenciam nessa questão como a troca de maquinista, a montagem dos vagões, a disponibilidade de navios no porto e até o vandalismo, que muitas vezes interrompe a viagem do veículo. O gerente ainda fez questão de informar que a empresa de logística gera na região mais de 400 empregos diretos e indiretos.

 No fim do evento, uma comissão foi organizada para tratar da questão. A pedido do vereador joinvilense, Odir Nunes, a comissão enviará ofícios para Câmaras de Vereadores de cidades da região para que possa haver integração nas reinvindicações. A comissão será formada pelo presidente da Fujama, Leocádio Silva, por um representante do Instituto Jourdan, por um representante do Centro de Profissionais Liberais (CPL) de Jaraguá do Sul e pelo vereador de Guaramirim, Evaldo Junckes.