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APROVADO REPASSE DE R$ 1 MILHÃO PARA HOSPITAL SÃO JOSÉ

[b]Vereadores entendem que verba é necessária para modernização do hospital, mas cobram que além do espaço físico haja investimentos na saúde da população, com fim das filas para consultas e cirurgias Apesar do voto favorável, a insatisfação com a atitude do hospital em relação à Ajadefi, com o rompimento de um contrato em vigor até 2012, ficou novamente evidente e foi destacada por grande parte dos vereadores[/b]

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[img align=left]https://www.jaraguadosul.sc.leg.br/uploads/thumbs/c8d775d1-9e3e-6452.jpg[/img]

A Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul aprovou por unanimidade (nove votos) – o vereador Jean Carlo Leutprecht (PCdoB) estava ausente – na sessão da última quinta-feira (8), um repasse no valor de R$ 1 milhão ao Hospital e Maternidade São José. A verba é proveniente do Fundo Municipal de Saúde e será destinada para a compra de equipamentos e na reforma do hospital, que atende a uma grande parte da população jaraguaense.
O líder de governo, vereador Ademar Possamai (DEM), comentou que o Hospital São José é referência no atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, as reformas no hospital foram possíveis através da parceria entre a iniciativa privada e o poder público. “Gostaria de agradecer aos vereadores por votar esse projeto com certa urgência”, disse, ao pedir que o projeto fosse incluído na pauta, juntamente com três outros.
O vereador Francisco Alves (PT) ressaltou que o dinheiro tem de ser usado no atendimento dos pacientes. Segundo ele, a maior parte dos custos com a ampliação do hospital deve ser paga pela entidade, que tem recebido apoio de empresários e doações para tal. No seu entendimento, o dinheiro público deve financiar a melhoria do atendimento ao público.
Para ele, em um momento em que as filas para consultas não inesgotáveis e demoram anos, mutirões para a resolução de questões como a da catarata, por exemplo, são mais importantes do que as ampliações dos hospitais. “Não adianta termos belos prédios, mármore e tudo mais, e a saúde estar na UTI”, exclamou.
A presidente da Câmara, vereadora Natália Lúcia Petry (PSB), relatou que em recente visita o empresário Vicente Donini apresentou um balanço das doações às instituições de saúde do município e a importância destes recursos para o atual estado dos hospitais na cidade. Segundo ela, “são valores bastante significativos”. Ela entende que o poder público municipal tem uma parcela responsabilidade quanto às obras, ações e melhorias na saúde em prol dos munícipes.
Natália comentou que as ampliações e os equipamentos são importantes para o bom atendimento da população do município. “As ampliações se fazem necessárias, uma vez que a nossa população aumenta a cada ano”, frisou. Segundo ela, a preocupação do vereador Francisco é importante e comentou que a Câmara dispõe de uma reserva de recursos que pode ser usada tanto para este fim como para a ampliação das unidades, compra de equipamentos e para outros grandes projetos em áreas como a educação.
“Sobre o mutirão, senhor líder de governo, acho que a municipalidade deve estudar de imediato um projeto para a contratação de médicos para a contratação de médicos para cirurgias de alta complexidade e essa demanda seja atendida”, propôs.

[b]O caso Ajadefi ainda necessita de explicações[/b]

Como há uma insatisfação popular e entre os vereadores com a decisão do hospital em romper o contrato com a Associação Jaraguaense de Deficientes Físicos (Ajadefi), que administrava há anos o estacionamento do hospital, Possamai reforçou sua solidariedade à associação, mas pediu que esta decisão não interferisse na decisão dos vereadores.
“Eu gostaria que a gente mantivesse aquele procedimento, adotado anteriormente, de trazer as pessoas responsáveis para dar as suas devidas explicações”, comentou. “Acho importante que essas coisas sejam devidamente esclarecidas e possamos ter um melhor juízo de valor”, completou, propondo que o diretor do hospital, Maurício Souto Maior, explique o motivo de romper com a Ajadefi, provocando o desemprego de 16 deficientes físicos.
O vereador Justino Pereira da Luz (PT) disse que são importantes os repasses para a saúde, mas que ressaltou que “a valorização e o ser solidário” também têm o seu valor. “Eu poderia ficar aqui 40 minutos fazendo um discurso crítico sobre o que aconteceu nos últimos dias”, alertou o petista, ao se referir a expulsão dos deficientes do controle do estacionamento do hospital e da forma dramática como ocorreram os fatos.
Justino lembrou que o presidente do Conselho Deliberativo do hospital, o advogado Paulo Mattos, a quem é atribuída a radicalização em relação à Ajadefi, não atendeu aos compromissos acertados em reunião com os vereadores na Câmara. “Até uma deputada [Ana Paula Lima (PT)] não foi respeitada”, disse o petista, ao comentar que Mattos não atendeu aos pedidos da deputada em defesa da permanência da entidade no controle do estacionamento.
Mattos até se reuniu com os vereadores da Comissão de Saúde – José Ozorio de Avila (DEM), a presidente da Casa, Natália, e Justino -, mas se negou a confrontar sua versão com o presidente da Ajadefi Valdecir Titon e não permitiu que o conteúdo da conversa fosse divulgado.
O vereador José Ozorio voltou a lamentar a atitude do hospital. Ele disse que trabalhou por muitos anos nos hospitais da cidade e que, por isso, nunca votaria contra repasses para a saúde. Mas confessou que se a questão que envolve a Ajadefi fosse posta em conta a votação não seria favorável. “É lamentável o que fizeram com os deficientes da Ajadefi”, comentou. Ele também reclamou que nenhum dos dois ofícios enviados ao diretor do hospital, Maurício Souto Maior, foram respondidos e que gostaria que ele viesse à Câmara para dar explicações.
O vereador Jaime Negherbon (PMDB) também discorda de quem diz que o poder público não deve se envolver na gestão do hospital, que seria privado. “Apesar de ser privado, ele recebe uma grande quantidade de recursos públicos. Por isso, a desculpa de que os vereadores não poderiam tomar parte na questão entre a Ajadefi e a diretoria do São José não é válida. Está errado. Porque eles recebem muito dinheiro público. Então, não venham dizer que [o hospital] é privado e que [a questão] não é da alçada deles e que os vereadores não poderiam se meter lá”, argumentou.
Jaime defendeu a ideia de que não haveria a necessidade de cobrança do estacionamento em um hospital. “Esse negócio de cobrança na entrada e na saída do hospital não deveria existir. Quem vai ao hospital ou vai visitar um doente ou a pessoa já vai preocupada com um problema grave”, relativizou. Porém, a informação é que o hospital vai fazer uma guarita mais moderna, com novos equipamentos de controle, e que o preço do estacionamento vai aumentar, além de ser cobrado também de médicos e funcionários.