Andar pelas calçadas em Jaraguá do Sul é como enfrentar uma prova de obstáculos. O pedestre atravessa por pisos deteriorados e irregulares, buracos, plantas e postes pelo caminho. As calçadas são responsabilidade dos proprietários dos imóveis e a fiscalização fica a cargo do poder público. Difícil entender os reais motivos que levam donos a construir calçadas tão perigosas e sem padrão. Da mesma forma, os constantes erros de planejamento que possibilitam construções em cima da área destinada ao passeio público, onde praticamente é impossível se passar duas pessoas ao mesmo tempo.
Um grupo, formado por engenheiros, arquitetos, advogados, jornalistas, entre outros, resolveu unir esforços e criar um jeito de chamar a atenção da sociedade para a má conservação das calçadas. Eles criaram o movimento “Calçada Legal – um caminho de respeito ao próximo”.
Em 2012, o grupo realizou diversas ações educativas. Uma delas, a confecção de uma cartilha, na qual apresenta procedimentos de execução e normas técnicas para ocupação das calçadas. “É um serviço social feito em parceria com a população, colaborando com a mobilidade urbana e a cidadania. Precisamos da participação de todos para mudar Jaraguá do Sul”, afirma a arquiteta Ruth Borgmann, coordenadora do movimento, explicando que o próximo passo será aplicar os “padrões corretos” em uma área ou bairro da cidade.
Na opinião do vereador Arlindo Rincos, o bairro Nereu Ramos é ideal para se implantar o projeto piloto. Nele constam desde a construção de calçadas com piso antiderrapante a faixa de serviço para demarcar áreas onde existam equipamentos públicos, como lixeiras e orelhões, piso tátil de alerta. O vereador ressalta que a iniciativa tem cunho social importante para a mobilidade e segurança, principalmente das pessoas com deficiência, dificuldade de locomoção e idosos. Nas próximas semanas, o projeto será apresentado às associações de moradores, assim como os técnicos da Secretaria de Planejamento, que estarão envolvidos diretamente na aplicação e fiscalização das normas.
