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A Procuradoria da Mulher e o Dia da Eliminação da Violência à Mulher

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O nome é grande, mas não tão grande quanto o tamanho do problema que ele visa combater: Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, uma data instituída pela ONU em 1999, não para celebrar, mas para marcar uma luta e um fato triste da história. Isso porque o dia escolhido foi o 25 de novembro. Nessa mesma data, no ano de 1960, as irmãs Mirabal foram assassinadas por conta da oposição que elas faziam à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, na República Dominicana. Minerva, Patria e María Teresa foram encontradas mortas no interior do jipe que as transportava.

Las Mariposas, irmãs que foram assassinadas por conta da oposição à ditadura de Rafael Trujillo

De lá para cá, muita coisa mudou, mas não o suficiente. Os dados no Brasil são preocupantes: 97% das mulheres já foram assediadas nos meios de transporte, 76% das trabalhadoras relatam já ter sofrido agressões e assédio no emprego, 71% das pessoas conhecem alguma mulher que já sofreu assédio em espaço público, a cada 10 minutos uma mulher é vítima de crime sexual e três feminicídios – quando a barbárie alcança a sua maior expressão – são registrados por dia no país. Esses são números coletados e disponibilizados pela plataforma digital Violência contra as Mulheres em Dados, que reúne pesquisas e informações recentes sobre o assunto no Brasil com base no monitoramento e curadoria do Instituto Patrícia Galvão.

Tentando mudar essa realidade, junto a outras tantas vozes, soma-se a da Procuradoria da Mulher da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, instaurada no dia 19 de agosto de 2021. O órgão trabalha na defesa dos direitos delas no município, encaminhando e orientando-as nas soluções de seus problemas. É mais uma instância em que as mulheres podem se sentir acolhidas e amparadas.

No início de novembro, a Procuradoria da Mulher realizou o seu primeiro evento oficial, justamente um encontro para formalizar e fortalecer a rede de atendimento à mulher vítima de violência, que conta com várias entidades: Conselho Tutelar, Coletivo Feminino, Comdim, Rede Feminina de Combate ao Câncer, projeto As Sementeiras, Soroptimistas, Bombeiros Voluntários, 12º Batalhão da Polícia Militar, Associação de Clube de Mães, Epagri, Instituto Casa de Mulher e organizações religiosas. A reunião foi o primeiro momento em que todas essas instituições puderam trocar ideias e experiências para encontrar caminhos para a causa.

Encontro para fortalecer a rede de atendimento à mulher ocorreu no auditório da Unisociesc

No dia 22 de novembro, a procuradora da Mulher, a vereadora Nina Santin Camello (Progressistas), também participou de um evento promovido pela Assembleia de Deus, distrito Vila Rau, com o título “Os Direitos da Mulher”. Estiveram presentes mais de 30 mulheres e representantes da Rede Catarina. Nina destaca que, na oportunidade, ela levou para várias líderes de comunidade informações sobre a rede de atendimento e sobre as leis que foram instituídas pelo Legislativo jaraguaense, como a Lei da Parada Segura, que dispõe sobre o desembarque de mulheres, pessoas com deficiência e idosos, fora dos locais de parada obrigatória do transporte coletivo, no período das 21h às 6h, e o Regime Especial de Contratação de Mulheres em Situação de Violência Doméstica, que está obrigando o Sine a priorizar 10% das vagas de entrevistas de emprego a mulheres que estão sob medidas protetivas. “São projetos muito importantes e que fazem a diferença na vida delas”, frisou Nina.

Nina discursou no evento “Os Direitos da Mulher” promovido pela Assembleia de Deus

A procuradora adjunta da Mulher, a vereadora Sirley Schappo (Novo), lembrou que ainda hoje as pessoas, quando falam sobre o assunto, associam-no apenas à violência física, mas há outros tipos que devem ser notadas, como a violência psicológica, a sexual, a moral e a patrimonial e econômica. A parlamentar enfatizou que é preciso procurar as entidades da rede de atendimento, inclusive a Procuradoria da Mulher, para delatar e fazer com que esses crimes não fiquem impunes.

“A violência psicológica é tão ou mais grave que a física, pois ela é silenciosa, ela não deixa marcas aparentes no corpo. Todas devem ser denunciadas. Denuncie, não se cale, para que você possa sair desse ciclo vicioso”, alertou.

Sirley discursa na cerimônia de instauração da Procuradoria da Mulher em agosto de 2021

Caminhada no Calçadão

As duas vereadoras ainda convidaram a população a participar da caminhada simbólica que será realizada neste sábado, dia 27 de novembro, às 9h, no Calçadão da Av. Marechal Deodoro da Fonsceca, no Centro de Jaraguá do Sul. A concentração para o evento ocorre na Praça Ângelo Piazera. Este será o encerramento das atividades que marcaram esta semana da Não Violência contra a Mulher e contará com a presença de várias entidades e autoridades do município.