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ARTIGO – Pedri alerta para riscos do uso de narguilé

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Jair Luis Pedri (PSDB)Vivemos, mais do que nunca, um momento de ALERTA em relação à saúde pública.Filas que varam a madrugada em frente aos postos de saúde, falta de médicos, pacientes esperando anos por exames que deveriam ser tratados como emergenciais, cirurgias que não acontecem.

Neste universo de pessoas doentes, física e psicologicamente, cresce o número de usuários de medicamentos antidepressivos, que na maioria das vezes, acaba sendo a “válvula de escape” para aqueles que não conseguem manter o equilíbrio necessário para enfrentar problemas das mais diversas ordens: financeira, familiar, relacionados ao trabalho, dentre outros.

Não tenho dúvida de que esta triste realidade, vivenciada também em nossa cidade, que distribui, em média, 125 mil comprimidos de antidepressivos por mês – segundo dados recentes da Secretaria Municipal de Saúde -, está diretamente relacionada com o descaso e o desrespeito do Poder Público para com a saúde pública.

Vou exemplificar: Como uma pessoa com obesidade mórbida, que há 2 anos aguarda na fila a realização de exames pré-operatórios e que sabe que aguardará mais, pelo menos, 3 ou 4 anos pela realização da cirurgia bariátrica, não vai apresentar um quadro de depressão??

Como uma pessoa jovem acidentada, que apresenta problemas ósseos, e precisa colocar pinos na perna para voltar a andar e descobre que é o paciente n° 100 na fila de espera para realizar a cirurgia pelo SUS não entra em depressão??

Estes exemplos simples, mas corriqueiros, representam muito pouco perto de todo o sofrimento vivido pela população brasileira diante dos sérios problemas relacionados com a área da saúde.

Essas primeiras considerações, Senhor Presidente, eu faço apenas para ilustrar rapidamente a situação caótica da saúde pública de um modo geral.

Mas o que me traz a esta Tribuna no dia de hoje é um tema mais específico e que muito me incomoda.

Apesar de ter seu uso liberado, o NARGUILÊ, conhecido popularmente como cachimbo d´água, e que vem conquistando a cada dia mais “fãs”, já é alvo de campanhas internacionais promovidas pela Organização Mundial da Saúde desde 2005, por expor o seu usuário a componentes tóxicos mais prejudiciais à saúde do que aqueles encontrados nos cigarros comuns.

O CONSUMO DE NARGUILÊ PELO TEMPO DE 30 MINUTOS A 1 HORA EQUIVALE AO CONSUMO DE 100 CIGARROS COMUNS.

Dados de 2008 do IBGE apontavam cerca de 300 mil usuários habituais de NARGUILÊ no Brasil. Imaginem os senhores pra quanto este número subiu nos últimos 2 anos, quando o seu uso popularizou-se significativamente, inclusive aqui na nossa região?!?!

Já não há mais dúvidas científicas de que o NARGUILÊ causa dependência. É, portanto, uma DROGA LÍCITA, que assim como os cigarros, fará a nossa população adoecer ainda mais, ano após ano.

E este adoecimento deve atingir, com muito mais força, os nossos JOVENS. Segundo informações extraídas do site do Ministério da Saúde (coletadas em 2011), nas regiões metropolitanas do país, cerca de 80% dos estudantes entre 13 e 19 anos já experimentaram algum produto derivado do tabaco, e destes, 60% da fizeram uso do NARGUILÊ.

O fumo do NARGUILÊ, assim como o de qualquer outro derivado do tabaco, contém nicotina e as mesmas 4.700 substâncias tóxicas presentes no cigarro. A fumaça do NARGUILÊ apresenta concentrações superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias altamente cancerígenas. O carvão em brasa, inserido no cachimbo, produz moléculas cancerígenas que não são encontradas no cigarro, elevando os riscos à saúde.

Talvez eu esteja enganado, mas me parece que estamos diante de uma droga que “dá status”, que insere o jovem num grupo diferenciado da sociedade e por isso encontra cada vez mais adeptos.

Nos últimos meses, tenho sido procurado por pais, professores e representantes de entidades que se mostram preocupados com os efeitos que o NARGUILÊ poderá causar, especialmente para a juventude.

Pretendo, Senhor Presidente, nos próximos dias, conversar com o Sr. Dalton Fischer, Coordenador de Saúde da Prefeitura Municipal, para discutirmos meios e medidas de conscientização sobre os malefícios causados pelo NARGUILÊ.

Penso que algumas ações simples e importantes poderiam ser implementadas pelo município, como: a instalação de outdoors, a realização de palestras nas escolas, a fiscalização pela Vigilância Sanitária do comércio de produtos relacionados com o tabagismo, dentre outras.

Temos o péssimo hábito de agir para CURAR A DOENÇA. Mas é nosso dever, como representantes do povo, agir para PREVENIR A DOENÇA. E é isto o que pretendo!

JAIR PEDRI

Vereador